Autor: Andre Deeke Sasse
Oncologista
A LMA representa por volta de 20% dos casos de leucemia. Não há pico de incidência, ocorrendo em toda infância com leve aumento na adolescência. Ocorre em mesma proporção nos meninos e meninas. A LMA supera taxas esperadas em pacientes portadores de certas doenças genéticas (síndrome de Down, anemia de Fanconi, anemia de Blackfan-Diamond). Existe maior risco também em crianças previamente tratadas de outro tipo de câncer.
A diferenciação de LLA de LMA é feita pelo exame dos blastos através de microscopia óptica. Os casos de LMA são subclassificados de M0 a M7 analizando as características das células cancerosas. Esta classificação facilita o estudo da evolução da doença e resposta a novos tratamentos. Como na LLA, é feita a biópsia de medula óssea para a total confirmação, cujo material é submetido a exames mais específicos.
Como a origem da doença é a mesma da LLA, a sintomatologia é bem similar, associada à tomada da medula óssea pelas células doentes aparecendo a palidez, sangramentos não ligados a traumas e febre. As dores ósseas são menos freqüentes que a LLA e sinais ainda não explicados como aumento das gengivas e inchaço das glândulas parótidas são incomuns, mas muito suspeitos de LMA. Não é raro ao diagnóstico já apresentarem comprometimento das ínguas e aumento do baço e fígado. Uma massa localizada de células tumorais, chamada cloroma, pode aparecer em qualquer área do corpo, sendo mais comum atrás dos olhos e na membrana que recobre o sistema nervoso central, a epidural. O cloroma pode aparecer antes da doença atingir totalmente a medula óssea.
Os tratamentos para LMA não têm a mesma eficácia do que para LLA, sendo que 70-80% dos pacientes atingem a remissão após o regime de quimioterapia. O programa geral de tratamento também inclui o tratamento preventivo do sistema nervoso central. Pacientes que não respondem à indução são candidatos ao transplante de medula óssea de tiverem doador compatível.
Com terapia agressiva existe uma taxa de cura entre 30-40%. Alguns subtipos de LMA têm mais facilidade de sangramentos e complicações durante o tratamento, necessitando um bom suporte clínico para o doente poder superar as adversidades, que são responsáveis por grande parte do insucesso da terapia atual.
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