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CÂNCER DE ESTÔMAGO

Localização do estômago  

Introdução

O estômago é uma parte do sistema digestivo localizado no abdômen superior, na altura das costelas, com um papel central no processo de digestão dos alimentos. Quando um alimento é deglutido (engolido) ele passa pelo esôfago e cai no estômago. Os músculos do estômago moem o alimento e liberam sucos gástricos que digerem e fracionam os nutrientes. Após 3 horas o alimento se torna líquido e se move para o intestino delgado, onde a digestão continua.

O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, pode se iniciar em qualquer parte do estômago. Ele pode se espalhar pelos linfonodos próximos e para outras áreas do corpo como fígado, pâncreas, intestino grosso (cólon), pulmões e ovários. A maioria dos tumores que atingem o estômago é do tipo adenocarcinoma, que significa que se desenvolveram da camada que reveste internamente o estômago. Outros tipos de tumores gástricos incluem linfomas, sarcomas gástricos e tumores carcinóides, mas estes são raros.

Incidência

Dados americanos mostram que em 2003, aproximadamente 22400 pessoas (13400 homens e 9000 mulheres) serão diagnosticados com câncer de estômago e estima-se que ocorram 12100 mortes (7000 homens e 5100 mulheres) por esta doença.

O câncer gástrico é muito freqüente no Brasil, chegando a ser o tumor maligno de maior incidência, em homens, nas cidades de Belém, Fortaleza e Campinas. Ele também é importante nas mulheres, correspondendo a cerca de 5% de todos os tumores femininos. São estimados em 20350 os casos novos no Brasil anualmente (7% de todos os casos de câncer).

No Brasil estima-se para o ano 2003 que o câncer estômago terá uma incidência de 8,45 para cada 100.000 habitantes.

Mortalidade

O câncer de estômago disputa com o de pulmão a condição de principal causador de morte, entre todos os tipos de câncer. Responsável por 8500 mortes por ano, aproximadamente 12,3% do total das mortes por câncer.

Fatores de Risco

As causas de câncer de estômago não são conhecidas, porém alguns fatores têm sido identificados no aumento do risco para o aparecimento da doença:

  • Idade: A maioria dos casos ocorre em pessoas acima de 55 anos

  • Sexo: Homens tem o dobro do risco de desenvolver câncer gástrico em relação às mulheres

  • História familiar de câncer no estômago também aumenta o risco.

  • Raça: A raça negra tem uma maior incidência do que a branca

  • Dieta: O consumo de alimentos conservados por desidratação, defumados, salmoura ou picles pode aumentar o risco de aparecimento de câncer de estômago. Alimentos frescos como frutas e vegetais podem reduzir o risco

  • Bactéria: Um tipo de bactéria chamada Helicobacter pylori, que causa gastrites e úlceras do estômago aumenta o risco de câncer, porém a maioria das pessoas que estão infectadas por esta bacteria nunca chega a desenvolver tumores gástricos.

  • Exposição ocupacional a certos pós e fumos

  • Uso do cigarro e consumo excessivo de bebidas alcóolicas funcionam com aceleradores do aparecimento do câncer

  • Mutações genéticas: Algumas doenças genéticas hereditárias como a Síndrome de Lynch e a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) aumentam o risco de câncer

    Sinais de alerta

    O Câncer de estômago freqüentemente não é diagnosticado nas fases iniciais porque não costuma causar sintomas específicos. Quando ocorrem sintomas, eles podem ser vagos e incluem:

  • Indigestão ou quiemação (pirose)

  • Doro u desconforto abdominal

  • Náusea e vômitos

  • Diarréia ou constipação

  • Inchaço no estômago após as refeições

  • Perda de apetite

    Sintomas de cancer de estômago avançado incluem:

  • Fraqueza e fadiga

  • Vômito com sangue ou sangue nas fezes

  • Perda de peso não intencional

    É importante lembrar que estes sintomas podem ser causados por muitas doenças como viroses ou úlceras. Pessoas com sintomas listados acima devem procurar falar com o seu médico. Um especilista na área é o Gastroenterologista.

    Diagnóstico Precoce

    Na suspeita de câncer de estômago após o histórico do paciente e do exame físico, o médico pode pedir alguns exames, incluindo:

    Sangue oculto nas fezes: Este exame detecta sangue não visível nas fezes, que pode ter vondo de uma lesão no estômago. Outras condições não cancerosas podem também sangrar, assim a positividade deste teste não significa que o paciente tenha câncer.

    Radiografia do esôfago e estômago: Após a ingestão de um contraste, chamado de bário, são realizadas radiografias (raio-x) seqüenciais que delineiam o interior do esôfago e estômago e o médico procura por áreas anormais ou tumores.

    Endoscopia: Este exame permite que o medico visualize diretamente a cavidade do estômago. Após o paciente ter sido sedado, o medico insere uma cânula pela boca, desce pelo esôfago até o estômago. Ao se deparar com areais alteradas, o medico pode tirar amostras (biópsia) para exame microscópico e fazer o diagnóstico da causa das alterações.

    Estadiamento

    Após a confirmação diagnóstica de que se trata de um tumor gástrico, o próximo passo é descobrir em que estágio está a doença. Exames que são realizados incluem tomografia de tórax e abdômen e ultrassom de abdômen para avaliar pulmões, fígado e pâncreas, além de órgão próximos. Sabendo do estágio da doença, o medico decide pelo tratamento e pode ter uma idéia do prognóstico (de como o cancer responderá ao tratamento)

    Os médicos geralmente usam uma ferramente chamada de sistema TNM para estadias o câncer de estômago. Este sistema usa três critérios para julgar o estágio do tumor: o rpóprio tumor, os linfonodos próximos e o comprometimento de outros órgãos. Os resultados são combinados para determiner o estágiodo câncer em cada paciente. Existem 5 estágios: estágio 0 até 4.

    Sistema TNM

    TNM é a abreviação para tumor (T), linfonodos (node, em inglês - N), e metástases (M).

    Tumor. A letra "T" adicionado a uma letra ou número (0-4) é usado para descrever com detalhes a atividade do tumor original.
    TX: O tumor primário não pode ser avaliado por falta de informações.
    T0: Não há Evidências de um tumor primário no estômago.
    Tis: Este estágio descreve uma condição chamado de carcinoma in situ. O tumoe é encontrado nas células da superfície que recobre o interior do estômago e não se infiltrou para outras camadas do estômago.
    T1: O tumor invadiu áreas mais profundas da parede do estômago (a lamina propria e a submucosa).
    T2: O tumor invadiu as camadas mais externas do estômago (a muscularis propria e a subserosa).
    T2a: O tumor cresceu até a camada muscular (a muscularis própria).
    T2b: O tumor atingiu a camada serosa.
    T3: O tumor atingiu toda a serosa e se extende para for a do estômago.
    T4: O tumor invadiu estruturas ou órgãos que rodeiam estômago como baço, intestine grosso ou fígado.

    Linfonodo. Os linfonodos são pequenos órgãos do formato de feijão que ficam espalhados pelo corpo e que normalmente ajudam a lutar contra infecções e câncer como parte do sistema imunológico. Cada tumor possui linfonodos que drenam sua área, chamados de linfonodos regionais. Linfonodos de outras partes do corpo são chamados de linfonodos distantes. O prognóstico para pacientes com câncer gástrico está baseado na quantidade de linfonodos comprometidos.
    No sistema TNM os linfonodos são representados pelo "N" e são classificados:
    NX: Linfonodos regionais não podem ser avaliados por falta de informações.
    N0: Não existe comprometimento de linfonodos regionais.
    N1: Existe comprometimento de 1 a 6 linfonodos regionais.
    N2: Há comprometimento de 7 a 15 linfonodos regionais.
    N3: Existe comprometimento de mais de 15 linfonodos regionais.

    Metastases à distância. O "M" n o sistema TNM descreve se o cancer se espalhou para partes distantes, como fígado.
    MX: Metástases à distância não podem ser avaliadas.
    M0: Não há metastases à distância.
    M1: Existe metástase à distância.

    Estadiamento

    Com a informação do TNM coletada, a combinação das três informações dá o estágio da doença.

    estágio 0 ( Tis, N0, M0): É um tumor precocemente diagnosticado chamado de cancer in situ. O tumor é bastante localizado na superfície da camada que reveste o estômago internamente.

    estágio IA (T1, N0, M0): O tumor invade camadas mais profundas mas não atinge linfonodos.

    estágio IB: O estágio IB é dados nas seguintes condições:

  • O tumor cresceu para camadas mais profundas do estômago e atinge 1 a 6 linfonodos regionais. (T1, N1, M0).

  • O tumor cresceu até a camada muscular mas não atinge os linfonodos. (T2a, T2b, N0, M0).

    estágio II: O tumor é classificado como II nas condições abaixo:

  • O tumor invade camadas mais profundas do estômado e atinge de 7 a 15 linfonodos regionais (T1, N2, M0).

  • O tumor invadiu a camada muscular do estômago e de 1 a 6 linfonodos regionais (T2a, T2b, N1, M0).

  • O tumor cresceu atingindo toda a espessura da parede do estômago, mas não atinge linfonodos regionais (T3, N0, M0).

    estágio IIIA: O tumor é classificado como IIIA nas condições abaixo:

  • O tumor invadiu a camada muscular do estômago e de 7 a 15 linfonodos (T2a, T2b, N2, M0).

  • O tumor cresceu atingindo toda a espessura da parede do estômago e atinge de 1 a 6 linfonodos (T3, N1, M0).

  • O tumor invade órgãos ou estruturas vizinhas ao estômago, mas nenhum linfonodos é atingido (T4, N0, M0).

    estágio IIIB (T3, N2, M0): O tumor cresceu atingindo toda a espessura da parede do estômago e atinge de 7 a 15 linfonodos.

    estágio IV: O tumor é classificado como IV nas condições abaixo:

  • Presença de qualquer metástase à distância, independente do tumor ou linfonodo (qualquer T, qualquer N, M1).

  • O tumor invadiu mais de 15 linfonodos, independente do comprometimento da parede do estômago (qualquer T, N3, M0).

  • O tumor invade estruturas vizinhas ao estômago e atinge linfonodos (T4, N1-3, M0).

    Cancer recorrente: O estadiamento se refere ao estado do tumor ao ser diagnosticado. Se o tumor recorre após o tratamento, ele é chamado de câncer recorrente. Ele pode voltar no local original que primeiramente apareceu (recorrência localizada) ou em outra parte do corpo (metástase).
    AJCC Cancer Staging Manual, Sixth Edition (2002) published by Springer-Verlag New York

    Como se espalha

    A doença pode se espalhar diretamente através da parede do estômago para os órgãos adjacentes e através dos linfonodos no abdômen. Metástases através da circulação sangüínea podem atingir os pulmões, o fígado, ossos e cérebro. Metástases são também encontradas na própria cavidade abdominal (peritônio).

    Tratamento

    O Câncer gástrico é difícil de curar a não ser se for diagnosticado precocemente. No entanto a doença avançada pode ser tratada e os sintomas, aliviados. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia.

    Cirurgia

    Em estágios iniciais, quando o tumor ainda está limitado ao estômago, o tratamento consiste em remover a area afetada do estômago e os linfonodos próximos. Se o tumor já sai do estômago ou mais de 3 linfonodos estão comprometidos (estágio II ou III) então além da cirurgia, tanto a quimioterapia ou radioterapia podem ser usadas. O cirurgião pode remover uma parte do ( gasterctomia subtotal or parcial) ou todo o estômago (gastrectomia total).

    Gastrectomia é uma grande cirurgia e pode provocar complicações e efeitos colaterais. Uma consequência comum é o dumping que é a associação de dor abdominal em cólica, náusea, diarréia e tontura após se alimentar. Isto ocorre quando o alimento entra no intestino delgado muito rapidamente. Este sintoma pode ser controlado com medicações, mas algumas vezes ela é permanente. A gastrectomia total pode levar á necessidade de suplemetação injetável de vitamina B12, que era absorvida exclusivamente no estômago.

    Quimioterapia

    A quimioterapia consiste no uso de drogas para matar as células tumorais. Ela pode ser feita antes da cirurgia para reduzir o tumor ou após a cirurgia para destruir o tumor remanescente. Pode ainda ser combinada com a radioterapia. As drogas quimioterápicas podem ser administradas por via oral ou por via endovenosa. Vários esquemas diferentes podem ser usados e a escolha é determinada pelas características pessoais de cada paciente.

    Radioterapia

    Na radioterapia, o uso de radiação direcionada para o sítio do tumor é usado para matar as células tumorais. A radioterapia pode ser usada para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou após a cirurgia para tentar destruir as células tumorais que não foram retiradas no procedimento.

    Câncer de estômago avançado

    Quando a doença já se espalhou para outras áreas do corpo é considerada avançada, e é tratada usando as mesmas modalidades (cirurgia, quimioterapia e radioterapia), porém sem aspecto curativo. A intençao do tratamento deve ser alíviar os sintomas, prolongar a vida e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente. A quimioterapia é o tratamento mais utilizado. Ajuda a aliviar os sintomas, pode retardar a recorrência do câncer, e pode ainda dar aumento na sobrevida.

    Sobrevivência

    A taxa de sobrevida global de cinco anos para todos os pacientes é de pouco menos de 10%. Nos casos de doença inicial que podem se submeter a uma ressecção potencialmente curativa esta taxa sobe para 40%.

    Perguntas que podem ser feitas ao médico, se você tem câncer

  • Meu câncer de bexiga é superficial, ou invade músculo?

  • Meu câncer está em que estágio?

  • Eu preciso de cirurgia? Quão extensa seria?

  • Qual é o papel de quimioterapia, ou radioterapia?

  • Durante a cirurgia vai ser injetada alguma droga dentro de minha bexiga?

  • Vou poder controlar minha urina, depois da cirurgia?

  • Vou poder ter atividade sexual, depois do tratamento?

  • Se a bexiga não for removida, quantas cistoscopias deverei fazer depois, e em qual freqüência?

    Obrigado por me visitar. Se tiver dúvidas ou sugestões, mande uma mensagem Mande um e-mail agora mesmo!.

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    Voltar à página principal Última atualização: 28/08/2009
    Bibliografia