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CÂNCER DE OVÁRIO

úteros, tuba uterina e ovários

Os ovários são os órgãos reprodutivos femininos. Localizam-se na pelve da mulher, junto do útero e das tubas uterinas. São nos ovários que estão armazenados os óvulos, que são libertados a cada ciclo menstrual.

Os tumores ovarianos são classificados da seguinte forma, dependendo da célula que deu origem ao câncer:

  • Epiteliais (a grande maioria - cerca de 85% a 90%)

  • Estroma / cordão sexual (de 5% a 10%)

  • Células germinativas (menos de 5%)

Incidência e mortalidade

Os dados divulgados pelo INCA não nos permitem saber a exata situação da epidemiologia do câncer de ovário. O INCA coloca as neoplasias malignas de ovário entre as de baixa incidência, ficando abaixo do 11º lugar em incidência nas mulheres. Estima-se que no Brasil, corresponde a cerca de 2 a 3% dos cânceres femininos.

A mortalidade decorrente desta neoplasia é alta. Apesar de não ser um tipo de neoplasia feminina comum, o câncer de ovário é uma das principais causas de morte, dentre os tumores ginecológicos.

Fatores de risco

Considera-se que aproximadamente 10% dos tumores epiteliais de ovário tenham caráter hereditário. A mutação nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 é a causa genética mais conhecida hoje. Além dessas mutações específicas, os fatores de risco mais conhecidos hoje são:

  • História familiar. A presença de um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama ou ovário.

  • Outra neoplasia. História pessoal de câncer de colon, endométrio ou mama.

  • Infertilidade. Ou mesmo a utilização de medicamentos para estimular a fertilidade.

  • Nuliparidade. O fato de manter a ovulação continuamente, sem nenhuma gravidez, também aumenta o risco.

Sinais de alerta

O diagnóstico do câncer de ovário raramente se dá nos estágios iniciais. Isto porque esta doença geralmente é silenciosa, e não causa sintomas quando no seu princípio. Sinais e sintomas como dor, aumento do volume abdominal, sensação de 'pressão' na pelve, emagrecimento e mais raramente sangramento vaginal anormal podem indicar a presença de doença avançada. Estes sintomas podem ser causados pelo câncer de ovário ou inúmeras outras doenças. É importante o controle desses sinais com um ginecologista, ou clínico geral.

Diagnóstico precoce

Como em outros tumores, é dificultado pela ocorrência já tardia dos sintomas. Nas melhores séries, apenas 30% são descobertos em fase inicial (estágios I e II).

É recomendado exame ginecológico periódico, anual para mulheres com mais de 40 anos. Para mulheres com risco mais alto pode ser recomendado ultra-som pélvico, de preferência transvaginal. Exames hematológicos em geral não são muito úteis, a não ser a dosagem do marcador tumoral (antígeno CA125), em mulheres com suspeita. É importante saber, noentanto, que mesmo doenças benignas podem causar elevação do CA125.

Como se espalha

O câncer de ovário se espalha precocemente, por adesão das células malignas na cavidade abdominal (peritôneo). Podem aí crescer na superfície do fígado, na gordura que envolve o estômago e os intestinos (omento), nos intestinos, na bexiga e no diafragma. Isso pode às vezes causar diminuição da drenagem de líquidos da cavidade abdominal, causando um acúmulo desse líquido, o que é conhecido como ascite. O câncer de ovário também pode se espalhar para linfonodos pélvicos e peri-aórticos.

Estadiamento

Com o diagnóstico de câncer firmado, é necessário avaliar em que estágio se encontra a doença. O estadiamento é feito para ver se o câncer se espalhou, e se isto ocorreu, para onde. Saber do estádio da doença ajuda o planejamento do tratamento. Alguns exames utilizados para estadiamento incluem:

  • Ultra-som de abdome e pelve, preferencialmente complementado pela avaliação transvaginal

  • Tomografia computadorizada ou Ressonância nuclear magnética

  • Raio X do tórax

  • Laparoscopia, mais raramente

Tratamento

O tratamento depende de vários fatores incluindo o tipo de tumor, a extensão da doença e o estado geral da paciente. Aqui são citados os tratamentos mais comuns no tratamento dos tumores epiteliais.

Cirurgia: É a principal modalidade cirúrgica, mesmo em estágios mais avançados. Apenas quando há metástases em outros órgãos distantes a cirurgia pode ser discutível. A cirurgia radical, com retirada dos ovários, tubas uterinas, útero e estruturas periféricas é a mais recomendada. Deve envolver a retirada do maior volume tumoral possível.

Quimioterapia: é o uso de medicamentos para matar as células tumorais. Mesmo se o tumor foi completamente removido, algumas células tumorais podem ter permanecido em áreas próximas ou mesmo já terem caído na circulação sanguínea. A quimioterapia também pode ser usada para controlar o crescimento do tumor ou para aliviar os sintomas. Às vezes a quimioterapia pode ser utilizada para diminuição do tamanho do tumor, para posterior remoção cirúrgica.

Sobrevivência

Para doença localizada, a chance da paciente estar viva após cinco anos do diagnóstico chega a 90%. Entretanto, o mais comum é a doença disseminada, em que a sobrevida em cinco anos varia de 49% (localmente avançada) a 23% (com metástases distantes).

Perguntas que podem ser feitas ao médico

  • Qual é o tipo celular, grau e estágio do meu câncer?

  • Minha cirurgia pode ser feita laparoscopicamente?

  • Quanto do câncer sobrou, após a cirurgia?

  • Qual é o benefício de uma possível segunda cirurgia (second look)?

  • Eu vou ter que fazer ainda outro tratamento após a cirurgia? Por quê?

    Obrigado por me visitar. Se tiver dúvidas ou sugestões, mande uma mensagem Mande um e-mail agora mesmo!.

   
Voltar à página principal Última atualização: 28/08/2009
Bibliografia