CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Introdução

Os chamados tumores de cabeça e pescoço incluem todas as neoplasias que se originam desde a boca até a laringe. São muito mais comuns em países em desenvolvimento, pois são associados ao etilismo e tabagismo, mais má higiene oral e pouco acesso a dentistas. O tipo histológico mais freqüente é o carcinoma espinocelular (ou carcinoma epidermóide). Como estas neoplasias acometem áreas importantes para alimentação e respiração, o comprometimento destas funções é a principal característica do agravamento desta doença.

Incidência

Se somados em conjunto, os tumores de cabeça e pescoço somam 5 a 10% de todos os tipos de câncer. São muito mais comuns em homens, e são mais freqüentes na população com mais de 50 anos. No Brasil, para o ano de 2008 são estimados 15 casos para 100.000 homens.

Causas

O uso concomitante do álcool e do tabaco é o fator de risco mais importante, e responsável pela quase totalidade dos casos no Brasil. Isoladamente, o etilismo e o tabagismo também representam fatores de risco. Outros são: má higiene oral, inalação de compostos industriais, infecção pelo vírus EBV (relacionada ao câncer de nasofaringe), exposição ao níquel (associado ao câncer de seios paranasais).

Diagnóstico

Tem altas chances de cura se diagnosticado precocemente. O diagnóstico pode ser feito com o exame físico, através de simples inspeção. O dentista é o profissional que mais freqüentemente suspeita do diagnóstico. A confirmação da doença se faz através da biópsia das lesões suspeitas.

Sinais de Alerta

Principalmente em quem fuma e faz uso da bebidas alcoólicas (ou já fez uso), os sinais e sintomas que mais chamas a atenção são:

1. Úlcera, ou afta que não cicatriza.

2. Dor ao engolir ou ao falar.

3. Rouquidão persistente, dificuldade para engolir ou respirar.

4. Sangramento e obstrução nasal, com inchaço, sensação de mau cheiro constante.

5. Gânglios aumentados no pescoço.

Como se espalha

O câncer de cabeça e pescoço tem ação principalmente local, destruindo tecidos através da invasão pelo tumor primário. Mas ele se espalha principalmente para linfonodos próximos através de invasão de vasos linfáticos. Podem ocorrer também metástases à distância, mais freqüentes nos pulmões, e mais raramente para os ossos e fígado.

Tratamento

Depende muito do estágio da doença. A cirurgia é o método preferencial, levando a maior chance de cura, mas ela só é possível em estágios iniciais. Nos casos mais avançados, quimioterapia e radioterapia têm papel importante, e geralmente são feitos de maneira concomitante. Em tumores muito grandes, a quimioterapia pode ser feita antes da radioterapia, para diminuir a área a ser irradiada. Em caso de recorrência após o tratamento, pode ser tentada nova cirurgia ou radioterapia. Quando há recorrência após radioterapia e a doença não pode mais ser retirada através de cirurgia, quimioterapia pode ser indicada, e tem intenção paliativa.

Sobrevivência

Varia muito de acordo com a localidade do tumor, e seu estágio. A sobrevida em 5 anos pode chegar perto dos 100%, nos casos superficiais e de fácil cirurgia, ou a aproximadamente 14%, nos casos mais avançados.

Perguntas que podem ser feitas ao médico, se você tem câncer

• Qual é a origem, ou o sítio primário do meu câncer?

• Qual seu estágio, e quais órgãos estão envolvidos?

• Há possibilidade de escolha entre cirurgia ou radioterapia? Deve-se usar os dois? Em que ordem?

• Existe um papel definido para a quimioterapia?

• Que alterações sofrerei com a doença e o tratamento? Poderei falar, comer, respirar normalmente?

• Depois do tratamento ficarei com grande alteração estética?

• Quais as complicações possíveis do tratamento?

• Quanto tempo levarei para me recuperar após o tratamento?

• Quanto tempo terei que fazer acompanhamento, depois do tratamento? Quando poderei dizer que estou curado?

• Se eu receber radioterapia, posso receber antes um medicamento para diminuir os efeitos colaterais?

Obrigado por me visitar. Se tiver dúvidas ou sugestões, mande uma mensagem .