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CÂNCER DE CÓLON E RETO
IntroduçãoO cólon e o reto são segmentos do intestino grosso. O cólon possui quatro partes. O cólon ascendente que termina no ceco, o cólon transverso, cólon descendente e o cólon sigmóide. Do sigmóide o intestino continua pelo reto que termina no canal anal. O câncer coloretal é uma doença onde as células normais do cólon ou do reto param de funcionar adequadamente e começam a crescer descontroladamente. Se não tratadas ou removidas estas células tumorais crescem e se torna um tumor que pode alterar o funcionamento do cólon e do reto e pode se espalhar para outras partes do corpo. O câncer coloretal pode se iniciar tanto no cólon quanto no reto. A maioria destes tumores se inicia em pólipos que são formações não cancerosas que podem crescer na parede interna do intestino grosso com o envelhecimento. Alguns tipos de pólipos eventualmente se tornam cancerosos e uma maneira de prevenir o aparecimento seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de se tornarem malignos. A maioria dos tumores do intestino grosso são chamados de adenocarcinomas, pois se originam da camada que recobre internamente o intestino grosso. Outros tipos de tumores que podem aparecer no cólon ou reto são os tumores carcinóides, tumores do estroma gastrointestinal e linfomas. IncidênciaEntre 1979 e 2000, as taxas de câncer de cólon e reto apresentaram um aumento de 76,7% entre homens, passando de 2,44/100.000 para 4,32/100.000 e de 69% entre mulheres, passando de 2,80/100.000 para 4,75/100.000 . Para o país como um todo, o número de óbitos esperados para o ano 2003, entre homens e mulheres são, respectivamente, 3.700 e 4.270, correspondendo a taxas brutas de mortalidade de 4,24/100.000 (homens) e 4,73/100.000 (mulheres). O número estimado de casos novos em 2003 --- 9.530 em homens e 10.545 em mulheres --- reflete taxas brutas de incidência de 10,96/100.000 (homens) e 11,73/100.000 (mulheres). MortalidadeNo mundo o câncer de cólon e reto é a quarta neoplasia mais incidente em ambos os sexos. A sua mortalidade é considerada baixa. A sobrevida global em cinco anos é de 40-50% e não são observadas diferenças muito grandes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento No Brasil, este câncer figura entre as cinco primeiras causas de morte por câncer, tendo-se observado um aumento consistente de suas taxas de mortalidade ao longo das últimas décadas. Em relação ao número de casos novos, o câncer de cólon e reto se encontra em quinto lugar, entre os homens e o quarto, entre as mulheres. Fatores de riscoAs causas de câncer coloretal são desconhecidas, mas parece que alguns fatores podem elevar o risco de desenvolvimento da doença: Idade: Este câncer atinge mais pessoas acima de 50 anos. Pólipos: são estruturas que crescem dentro do intestino, que não são malignas, mas alguns tipos podem se transformar em câncer. História de câncer: Mulheres que já tiveram câncer de ovário, útero ou mama têm mais chances de desenvolver a doença. História familiar: Os pais, irmãos e filhos de uma pessoa com câncer colo retal possuem mais chances de ter a doença, principalmente se a pessoa que teve câncer o desenvolveu antes dos 60 anos. Famílias com condições hereditárias como a Polipose Adenomatosa Familiar ou o Câncer coloretal hereditário não polipótico possuem maior risco. Enterocolite ulcerativa: nesta condição o cólon se inflama e úlceras aparecem na camada de revestimento interno do intestino grosso. Esta camada anormal é mais sujeita a transformações malignas. Dieta: Uma dieta rica em frutas e verduras e baixa ingestão de carnes vermelhas ajuda a reduzir o risco. Alguns estudos mostraram que a suplementação de ácido fólico e cálcio ajudam a reduzir o risco também. Constipação intestinal crônica: A baixa ingestão de fibras levando a um funcionamento preguiçoso do intestino aumenta o risco da doença. Fumo: Cigarro, charuto ou cachimbo aumentam o risco de câncer coloretal. Sedentarismo: Não se exercitar e ter altas taxas de gordura corporal aumentam o risco de câncer. É importante lembrar que o fato de ter algum desses fatores não significa que a pessoa desenvolverá câncer. Sinais de alertaFicar alerta aos sintomas de câncer coloretal aumenta a possibilidade de um diagnóstico precoce, aumentando as chances do sucesso do tratamento. Sintomas que podem estar relacionados com um cancer colorectal incluem: Uma alteração do hábitos intestinais Diarréia, constipação ou sensação que o intestine não se esvaziou completamente por mais de uma semana Sangue vivo ou escuro nas fezes Fezes mais finas e estreitas que o usual ("fezes em fita") Desconforto abdominal incluindo cólicas, empachamento e excesso de gases. Perda não intencional de peso Anemia sem sangramento aparente em indivíduos acima de 50 anos Cansaço constante e fadiga Estes sintomas podem ser causados por outras condições, mas é importante ir ao medico se você tiver algum destes sintomas presentes. Diagnóstico precoceÉ dificultado pela ocorrência tardia dos sintomas, e pelo preconceito que existe contra os métodos de diagnóstico. Existem vários exames disponíveis para rastrear o câncer coloretal. Porém a necessidade destes testes deve ser discutida com o médico. Toque retal: O medico faz o exame usando o dedo indicador para sentir áreas alteradas que possam ser suspeitas de câncer de reto. Teste de sangue oculto nas fezes: Um teste usado para checar se existe sangue não visível nas fezes, que podem indicar a presença de pólipos ou câncer. Sigmoidoscopia: Um aparelho chamado sigmoidoscópio é inserido no cólon e no cólon terminal para visualizar a presença de pólipos ou outras alterações. Durante este exame o medico pode retirar pólipos ou amostras de tecido para exame microscópico. Colonoscopia: Um aparelho chamado colonoscópio é inserido pelo reto e todo o cólon na procura por pólipos ou outras anormalidades. O médico pode retirar material para exame microscópico durante o procedimento. Enema baritado: Um enema contendo bário, que ajuda a delinear o cólon e o reto no raio-x, é dado ao paciente. Uma série de radiografias é então tirada e examinada para identificar falhas de preenchimento que podem ser pólipos ou tumores. Se houver a suspeita ou a visualização de lesão em algum dos exames acima, exames adicionais poderão ser realizados: Biopsia. Neste procedimento o medico remove uma pequena amostra do tecido suspeito e o envia para exame microscópico, realizado pelo patologista. Somente a biópsia é capaz de dar diagnóstico definitivo de câncer. Marcador tumoral. Um exame que mede os níveis no sangue de uma proteína chamada antígeno carcinoembrionário (CEA). Altos níveis de CEA podem indicar que o câncer é agressivo ou que já se espalhou para outros órgãos. Exames de imagens: Como se espalhaO câncer coloretal espalha-se diretamente da mucosa através da parede muscular do intestino para tecidos subjacentes. O tumor pode se metastatizar para linfonodos próximos através de invasão de vasos linfáticos, e para o fígado, através da veia porta. Pode ainda apresentar metástases em outros órgãos, principalmente para pulmões, ossos e cérebro. EstadiamentoApós o diagnóstico é necessário fazer uma avaliação da extensão do tumor, para programação do melhor tratamento possível. Esta avaliação é chamada estadiamento, e classifica os tumores nos estágios de 0 (zero) a IV (quatro), como vemos a seguir: Estágio 0: É também chamado de câncer in situ. As células tumorais estão somente na camada mais superficial (mucosa) do tecido que recobre internamente o intestino e o reto. Estágio I: O tumor ultrapassa a mucosa e infiltra a camada muscular do cólon e ou reto. Não há comprometimento de tecidos vizinhos ou linfonodos. Estágio IIA: O tumor já infiltra toda a espessura da parede do cólon ou reto e pode infiltrar tecidos vizinhos, mas não atinge os linfonodos regionais. Estágio IIB: O tumor já infiltra toda a espessura da parede do cólon ou reto e pode infiltrar órgãos próximos, mas não atinge os linfonodos regionais. Estágio IIIA: O tumor já infiltra mucosa e a camada muscular do cólon ou reto e também atinge de 1 a três linfonodos regionais, mas não se espalhou para outras partes do corpo. Estágio IIIB: O tumor infiltra tecido vizinhos ou órgãos nas proximidades além de 1 a 3 linfonodos regionais, mas não se espalhou para outras áreas do corpo. Estágio IIIC: Qualquer tumor que já tenha se espalhado por 4 ou mais linfonodos, mas não atinge outras áreas do corpo. Estágio IV: O tumor já atinge órgãos distante como pulmões ou fígado. Recorrência: Tumor recorrente significa que o tumor voltou após já ter sido tratado. A doença pode voltar no cólon ou no reto ou em outra área do corpo. TratamentoO tratamento para o câncer coloretal depende a localização e da extensão da doença. O tratamento é feito por equipe de várias especialidades que inclui um cirurgião gástrico, um oncologista clínico e um radioterapeuta. Cirurgia O tratamento mais comum para o câncer coloretal é a cirurgia para retirada do tumor. Parte de tecidos saudáveis do colon ou reto atém de linfonodos regionais também são removidas. Se houver muitos danos ao colon o paciente pode vir a necessitar de uma colostomia, que é a abertura ou orifício no abdome o qual o cólon restante fica ligado, para eliminar resíduos fecais que são coletados por uma bolsa usada pelo paciente. Geralmente a colostomia é somente temporária mas em alguns casos pode ser permanente. Se o câncer é inicial (Estadio I ou II), a remoção cirúrgica do tumor é freqüentemente o único tratamento. Se houver reaparecimento do tumor, estaria aí indicada a radioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento para o câncer in situ (Estádio 0) seria a simples retirada do pólipo, sem cirurgia de grande porte. Se o câncer já se encontra em estadio mais avançado (Estadio III) e compromete linfonodos regionais, além da cirurgia é necessário a complementação com a quimioterapia. A radioterapia também pode ser indicada dependendo da localização do tumor e se houve comprometimento de tecidos vizinhos. Quimioterapia A quimioterapia utiliza medicamentos para matar células tumorais. Ele pode ser feito após a cirurgia para matar qualquer célula tumoral que possa ter restado no local, ou em outros órgãos. Algumas medicações são dadas em forma de comprimidos por via oral e outras são injetadas na veia. Existem várias medicações e combinações de diferentes medicamentos para tratar o câncer coloretal. O oncologista clínico avaliará o melhor tratamento baseado nas características da doença e do paciente. A quimioterapia atinge células saudáveis também, podendo trazer efeitos colaterais importantes. Para saber sobre efeitos colaterais do tratamento, veja o nosso guia do paciente em quimioterapia. Radioterapia A radioterapia utiliza raios X de alta energia para matar células tumorais. É usada com bastante freqüência no câncer coloretal. Ele pode ser indicado antes da cirurgia para reduzir seu tamanho e facilitar a remoção do tumor, ou após a cirurgia para destruir as células tumorais que podem ter restado no local. A radioterapia utiliza aparelhos que emitem raios para o local do corpo onde se localiza o tumor. Ela é feita por cinco dias na semana durante várias semanas e pode ser feita numa clínica ou num ambiente hospitalar.A radioterapia, assim com a quimioterapia, pode lesar células saudáveis também, levando a efeitos colaterais indesejados. Para saber mais sobre isso, veja nosso guia do paciente em radiotrerapia. SobrevivênciaEm estágios iniciais, após tratamento cirúrgico, a sobrevida em 5 anos chega perto dos 100%. Em estágios mais avançados localmente, chega a 40%. Com doença metastática, esse índice cai para menos de 5%. Perguntas que podem ser feitas ao médico por quem tem este câncer
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Voltar à página principal | Última atualização: 28/08/2009 | ||
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